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UTIs cheias, mortes sem leito e variante revelam hospitais do País em colapso

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O número de casos e mortes segue crescendo exponencialmente, as UTIs estão chegando ao seu limite máximo de internação, pessoas já estão morrendo sem atendimento médico e a vacinação segue em ritmo muito lento.

Divulgado em caráter extraordinário na noite de terça-feira, 16, e atualizado na quarta, o boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz revelou em números a situação extremamente crítica enfrentada pelo País. Das 27 unidades da federação, 25 Estados e o Distrito Federal estão com taxas de ocupação dos leitos de UTI covid iguais ou superiores a 80% – a única exceção é Roraima, com taxa de 73%. Em 15 delas, a taxa ultrapassa os 90%. Em relação às capitais, 26 apresentam percentuais iguais ou superiores a 80%, sendo que, em 19 delas, o número ultrapassa 90%.

«Esta é a primeira vez que temos uma crise sistêmica, em todo o País, com praticamente todos os Estados e as maiores capitais em situação extremamente crítica», explicou o coordenador do Observatório covid-19, Carlos Machado de Freitas. «Os colapsos do sistema de saúde que já enfrentamos antes sempre foram locais, no máximo estaduais, como o caso dos imigrantes haitianos e venezuelanos em Roraima, os desastres na região serrana de Santa Catarina, um grande número de casos de dengue e de zika no Rio de Janeiro.»

Ao longo do ano passado, como lembra Freitas, foi possível remanejar pacientes de covid-19 para outros municípios ou estados. Agora, no entanto, com o que os especialistas chamam de «sincronização da epidemia» fez com que a doença aumentasse de forma simultânea em todo o País. «Um dos efeitos diretos desse processo é a impossibilidade de remanejamento de pacientes não só para atendimento covid-19, mas também para outras causas», aponta o boletim. «As internações eletivas estão paralisadas na maior parte dos hospitais do País.»

O número de casos de covid-19 está crescendo a uma taxa de 1,5% ao dia, enquanto o número de mortes aumenta a 2,6% ao dia, valores considerados muito elevados. Na análise de Freitas, que é especialista em saúde pública, essa situação deve gerar uma grande quantidade de casos graves da doença, que exigem internação.

«A situação é crítica e preocupante, nos deixa a todos sem dormir», afirmou o especialista. Segundo ele, a adoção de medidas de distanciamento social, como sugeriu o novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, não é suficiente para deter o avanço da crise. A vacinação, que segue em ritmo muito lento, só conterá a pandemia a médio prazo.

«O distanciamento físico e social tem que ser adotado durante toda a epidemia», afirmou. «Mas a situação que temos hoje indica que a maior parte dos Estados terão que adotar medidas mais rigorosas, de bloqueio e lockdown, acompanhadas de outras medidas sociais para evitar que alguns grupos sofram ainda mais. Já temos pessoas passando fome.»

Freitas lembrou ainda que as medidas mais rigorosas só começam a surtir efeito após 15 dias, como demonstram as experiências de vários outros países do mundo.

«Sem a adoção dessas medidas de bloqueio e lockdown, vamos ter mais pessoas morrendo sem assistência na porta dos hospitais e até mesmo em casa», disse. «Isso é muito sério, não podemos ter pessoas morrendo por falta de assistência; é tarefa do governo organizar e se antecipar. As ações não podem ser apenas reativas.»

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